Olá pessoal! O post de hoje é para ajudar muitas mamães e papais que ficam um pouco desesperados quando os dentes do neném começam a nascer!
São muitas dúvidas que surgem e os pais podem acabar ficando perdidos, sem saber se o neném está incomodado ou apresentando alguma alteração no comportamento em decorrência do nascimento dos dentes ou por outro motivo qualquer.
Para ajudar a sanar essas dúvidas, conversei um pouco com a dentista odontopediatra e professora, Milene Martins, aqui de Belo Horizonte. A Milene nos dá algumas dicas e esclarece um pouco quais alterações são esperadas e “normais” e em quais momentos a situação passou do fisiológico para algo que demanda mais atenção, como alguma virose ou infecção que precisa ser tratada o quanto antes.
Então vamos lá?
Um ponto que a Milene ressaltou que sempre gera dúvida nos pais é a redução do apetite por volta de 1 ano de idade. Muitos pais acham que o bebê diminui o apetite por causa do incômodo do nascimento dos dentinhos, mas não é bem isso. Quando o bebê atinge o primeiro ano de vida é normal uma redução no apetite e mamadas menos frequentes. Mas isso é normal de todo bebê.
Um dos principais sintomas que os pais associam ao nascimento dos dentes do bebê é a febre. Muitas vezes o bebê está na fase de nascimento dos dentes e apresenta um, dois, três dias de febre mais alta e os pais pensam que pode ser devido à erupção dentária, mas já foi observado em diversos estudos clínicos que isso não acontece. Pode sim acontecer de o bebê apresentar um estado febril, mas apenas no dia anterior ou no próprio dia da erupção do dente. E a temperatura não se eleva muito. Febres mais altas e persistentes são sinal de outro problema que deve ser avaliado pelo pediatra.
Outro fator muito recorrente em bebês que estão com dente nascendo é a diarréia. A diarréia não é causada pelo nascimento dos dentes, mas pelo fato de que o bebê tenta colocar tudo na boca para coçar e aliviar um pouco o desconforto gerado pelo inchaço e dor na gengiva. Então alguns dos objetos que o bebê coloca na boca podem não estar limpos, levando à diarréia. É muito importante manter o bebê bem hidratado nesses casos e se o episódios forem persistentes, o melhor é levar a um pediatra para ter certeza que está tudo certinho.
Também e normal observa-se um distúrbio no sono, aumento na produção de saliva e um aumento no corrimento nasal. O bebê tende a ficar mais irritado por causa do desconforto do inchaço da gengiva.
Para aliviar esse incômodo, Milene deu algumas dicas que podem ser seguidas, embora não tenha segredo. O principal é ter paciência e aguardar essa fase passar, tentando minimizar ao máximo o desconforto do bebê.
Uma das dicas que a Milene deu é: “Dê coisas geladas para o bebê morder. Frutas e verduras podem ser usadas com esse propósito. Cenouras e maçãs bem limpas e descascadas podem ser picadas em pedaços e colocadas para gelar. Os pedaços devem grandes os suficientes para não quebrarem e serem engolidos – muito cuidado com essa parte – mas não tão grandes que façam o bebê ter que abrir demais a boca e ficar com dor na mandíbula.
Existem também alguns brinquedos que vem com um gel dentro e os pais colocam no congelador por um tempo. Esse gel vai se manter geladinho por um bom tempo enquanto o bebê morde e sente o alívio. Caso não tenha um brinquedo desse tipo, colocar o mordedor que você tem em casa no freezer por alguns minutos já pode ajudar.
A mamãe ou papai também podem enrolar o dedo em uma fraldinha limpa a passar na gengiva para ajudar a coçar um pouco. Existem também umas 'escovas de dedo' com a cerda macia, mas firme o suficiente, que também pode ajudar a coçar e aliviar um pouco o desconforto (imagem ilustrativa retirada da internet)."
Existem algumas pomadas anestésicas que servem a esse propósito, mas a Milena não indica seu uso, pois a pomada pode escorrer um pouco para a garganta e o bebê acabar engolindo, o que pode gerar uma sensação de desconforto para o bebê.
Em alguns casos pode acontecer de aparecer uma manchinha roxa no local onde o dente está para nascer. Nesse caso é importante falar com o odontopedriatra para ver se está tudo bem com o dentinho e com a gengiva.
Então é isso pessoal! Espero que tenha ajudado a tirar um pouco das dúvidas que podem surgir nesse momento de tantas descobertas como mães e pais! Qualquer dúvida podem mandar aí que tentaremos responder!
* Além das informações apresentadas pelas dentista odontopedriatra Milene Martins, as informações desse artigo foram retiradas dos seguintes trabalhos científicos:1. Mothers’ Reports on Systemic Signs and Symptoms Associated with Teething. Joana Ramos-Jorge, M.L. Ramos-Jorge, P.A. Martins-Júnior, P. Corrêa-Faria, I.A. Pordeus, S.M. Paiva2. Fever associated with teething. Jaber, L.; Cohen, I.J.; Mor, A.3. Signs and symptoms associated with primary tooth eruption: a clinical trial of nonpharmacological remedies. Mahtab Memarpour, Elham Soltanimehr and Taherh Eskandarian* Todas as fotografias que ilustram o post são de minha autoria (com exceção da imagem do produto indicada no texto)